sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Acabámos de enviar uma mensagem para o espaço à espera que os ETs nos descubram

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Astrónomos do SETI criaram o METI, Messaging Extraterrestrial Intelligence, cujo objetivo é enviar uma mensagem para o espaço, sob a forma de ondas de rádio, na esperança de que os ETs a perceba – e decidam entrar em contacto connosco.

A equipa do famoso programa SETI, Search for Extraterrestrial Intelligence, pretende enviar uma mensagem com objetivo de obter um dia uma resposta – caso uma qualquer civilização de um planeta potencialmente habitável a receba. Mas essa resposta pode demorar mais de duas décadas a chegar.

“Acho que este é um resultado improvável, mas seria um resultado bem-vindo”, disse Douglas Vakoch, presidente e fundador da Messaging Extraterrestrial Intelligence.

As ondas de rádio usadas para enviar a mensagem espacial são conhecidas como Sonar Calling GJ273b. Segundo Vakoch, este é o tipo de onda que podeeria ser recebida por outras vidas inteligentes que possam existir noutros planetas.

O objetivo original do SETI é estudar as ondas de rádio provenientes do espaço na expectativa de que um dia se descubra um qualquer padrão nas ondas que não possa ter sido criado por processos naturais – ou seja, uma prova de inteligência extraterrestre.

O METI quer agora fazer exactamente o contrário: enviar para o espaço sideral ondas de rádio que claramente apenas seriam produzidas tecnologicamente – para que quaisquer ETs que, tal como nós, se entretenham a analisar ondas de rádio vindas do espaço, percebam que a mensagem tem origem inteligente, e saibam que nós existimos.

A mensagem foi enviada em outubro em direção à estrela GJ 273, também conhecida como estrela de Luyten, uma anã vermelha na constelação do norte de Canis Minor, que fica a uma distância de 12 anos-luz da Terra.

A mensagem inclui detalhes de matemática e ciência, além de uma descrição das sondas de rádio que proporcionam o envio da mensagem. Além disso, foi também enviado um “tutorial” sobre relógios e cronogramas, para averiguar se a compreensão do tempo dos habitantes de GJ 273b é semelhante à nossa.

Segundo os astrónomos do METI, a maneira mais rápida de os alienígenas responderem à nossa mensagem é repetir a mensagem na nossa direção com cálculos semelhantes, para provar que entenderam o recado.

“Nós dizemos-lhes que 1+1=2. Os alienígenas poderiam responder a informar-nos que entendem que 10+10=20” explicou um dos membros do projeto. Contudo, devido à distância entre a Terra e o planeta GJ 273b, que orbita a estrela para onde a mensagem foi enviada, a resposta levaria pelo menos 25 anos a chegar até nós.

As ondas de rádio são justamente uma das tecnologias capazes de proporcionar uma comunicação entre a humanidade e outra civilização inteligente que, possivelmente, exista por esse espaço fora.

“É tarde demais para nos escondermos no Universo. Os extraterrestres podem estar à espera de uma indicação clara que mostre que estamos preparados para falar com eles”, disse Vakoch em dezembro do ano passado, na altura da apresentação do projeto.

A ideia de enviar mensagens para o espaço sempre foi controversa. Stephen Hawking, por exemplo, acha que é perigoso querermos dizer um olá aos extraterrestres, e alerta para as repercussões de encontrar uma civilização alienígena – certamente muito mais antiga e avançada tecnologicamente do que a nossa.

Mas esta não é, no entanto, a primeira vez que a Humanidade envia mensagens para o espaço com o objectivo de se dar a conhecer aos nossos vizinhos extraterrestres. Em 1977, a missão Voyager, da NASA, enviou para o espaço sideral duas naves, cada uma com um disco de ouro gravado com sons, imagens e mensagens da Terra.

RED ICE / JPL-Caltech / NASA
A sonda Voyager e o famoso disco dourado que levou para o espaço informação sobre a Humanidade. Ao fundo, o astrofísico Carl Sagan, mentor da ideia.

“Noventa e oito por cento dos astrónomos da SETI, eu inclusivamente, pensam que o METI é potencialmente perigoso”, afirma Dan Werthimer, cientista do SETI na Universidade da Califórnia, em Berkeley. “É como gritar numa floresta sem saber se lá há tigres, leões, ursos ou outros animais perigosos”.

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